sábado, 4 de julho de 2015

Oposição Unificada exige esclarecimentos e ações da direção do Sindserv SBC

Nesta sexta-feira, 03 de julho, a Oposição Unificada protocolizou no Sindserv SBC um requerimento solicitando esclarecimentos e exigindo providências da direção do Sindserv SBC em relação às questões relativas à greve e à vida sindical. O requerimento foi elaborado a partir dos diversos questionamentos feitos por servidores públicos de todos os segmentos e secretarias e, com isso, expressa o sentimento, as preocupações e as críticas da grande maioria do funcionalismo público. Muitas das questões seguem sem resposta, e algumas, em tímidas devolutivas às pressões realizadas ao longo das semanas pelos trabalhadores, começam a ser respondidas pela direção. Esclarecemos que a data do documento é referente ao primeiro dia em que tentamos - em vão - protocolizá-lo. Segue o texto:

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São Bernardo do Campo, 02 de julho de 2015.

À Direção do Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais – Sindserv – de São Bernardo do Campo,

Na qualidade de servidores públicos municipais integrantes da Oposição Unificada dos Servidores Públicos de São Bernardo do Campo, vimos, pelo presente, requerer da direção do Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais de São Bernardo do Campo – Sindserv SBC – esclarecimentos quanto aos questionamentos abaixo indicados, bem como exigir urgência em alguns encaminhamentos que, em nossa compreensão, são salutares para a preservação de direitos dos funcionários públicos, tanto em relação às questões da greve como em relação à vida sindical.

Primeiramente, ressaltamos que a demora da direção em iniciar as negociações com o governo sobre as formas de compensação das horas não trabalhadas tem gerado um clima de insegurança e insatisfação entre os trabalhadores, já economicamente prejudicados pelo acordo salarial em si, que não contemplou absolutamente nenhum dos itens da pauta da campanha salarial para 2015. Mesmo nas secretarias em que aparentemente houve algum avanço em relação às formas de compensação, ainda persistem dúvidas que precisam ser esclarecidas, como por exemplo a forma de registro, na folha de frequência, das horas eventualmente compensadas. Na Secretaria de Educação, por motivos não esclarecidos, as discussões, além de não terem começado pela iniciativa da direção do Sindserv, iniciaram sem a participação da direção, com as chefias imediatas das macrorregiões agendando reuniões com equipes gestoras para tratar da reposição dos dias letivos, desatrelada da compensação das horas. Posteriormente, o atrelamento da reposição à compensação das horas ocorreu, contudo, novamente tendo antes os trabalhadores da base tomado a iniciativa de convocar autonomamente uma reunião na sede do sindicato – ocasião em que trabalhadores apresentaram dúvidas, sugestões e solicitaram agendamento de nova reunião, ampliada a todos os profissionais da educação, para tratar das questões da reposição e da compensação. Nesta referida reunião, apesar de a direção do Sindserv ter realizado, no mesmo dia, reunião agendada oficialmente com representantes da Secretaria de Educação, diante das sugestões dadas por servidores de ações mais enfáticas no sentido de garantir tanto o atrelamento da reposição à compensação como o direito de todos os servidores poderem compensarem as horas da greve (inclusive tendo sido apresentada diversas possibilidades de compensação das horas, uma vez que o atrelamento por si só não possibilita que todos os grevistas compensem),  a direção do sindicato justificou que não poderia ter agido antes porque não havia sido chamada para discutir as questões com a Secretaria de Educação e que não tinha informações oficiais a respeito das propostas da SE. Considerando estas e outras questões, que também seguem abaixo, perguntamos, sugerimos e reivindicamos:

·        Houve avanços nas negociações de compensação das horas da greve nas demais secretarias? Quais são as formas de compensação que foram acordadas em cada uma delas? Como os trabalhadores devem registrar as horas compensadas? Na folha de frequência?
·        Por que houve demora em iniciar as discussões da compensação com a SE?
·        Por que, mesmo tomando conhecimento de que a SE estava reunindo as equipes gestoras para discutir uma questão que diz respeito às negociações da greve, sem a participação do sindicato, a direção não questionou esse procedimento e não tomou a iniciativa de convocar os profissionais da educação para uma ampla discussão a respeito?
·        Por que, apesar de os servidores terem indicado a realização de reunião ampliada a respeito da reposição/ compensação, que interessa a todos os educadores e não diz respeito apenas às equipes gestoras, a direção do Sindserv decidiu convocar reunião especificamente com as equipes gestoras?
·        No site do sindicato foi publicado sobre a reunião convocada com os gestores, mencionando que os educadores presentes apresentaram dúvidas e sugestões, todavia, assim como ocorreu na reunião do dia 22 de junho não foi publicado quais dúvidas e sugestões foram apresentadas. É fundamental que os meios de comunicação do Sindserv sejam utilizados para fomentar as discussões, o debate crítico e democrático, apresentando as opiniões diversas e até mesmo contrárias, porque isso, além de valorizar o processo democrático, as ideias e opiniões dos servidores, ajuda a categoria a construir coletivamente soluções para os problemas comuns e específicos que vivemos no dia-a-dia.
·        Os trabalhadores poderão optar pela forma de pagamento/ compensação dos dias parados? E se tiverem descontos? As faltas serão justificadas ou injustificadas? Incidirão sobre a Licença-Prêmio, sobre a PTS? É preciso que haja urgentemente definição clara sobre as formas de compensação para todos os grevistas. As formas de compensação precisam ser propostas pelos próprios trabalhadores, negociadas com as chefias imediatas, considerando as necessidades do serviço e de maneira que não haja ainda mais prejuízos decorrentes do exercício do direito legal de greve. Que os grupos apresentem propostas dessas formas e a diretoria as defenda na mesa de negociação. O resultado deve ser apresentado por escrito, assim como, em caso de convocações, estas devem ser formalizadas. Quanto aos servidores que optarem por desconto em pecúnia, é preciso garantir que não sejam atribuídas nem faltas justificadas nem faltas injustificadas, somente constar como desconto greve.
·        Quanto aos descontos indevidos ocorridos em maio como forma de punição aos grevistas, o que a direção do sindicato fez para evitar que eles fossem concretizados, uma vez que havia indícios de que seriam realizados, inclusive tendo sido previamente anunciados em cadeia nacional de televisão? É fato que a direção do Sindserv entrou com processo contra estes descontos? Qual é o número do processo e como está o andamento dele? A direção do Sindicato já entrou com processo para que os trabalhadores recebam juros e correções monetárias sobre os salários indevidamente descontados?
·        Quanto às questões jurídicas, inclusive as que deram respaldo legal para a realização da greve, consideramos que a tão propalada transparência precisa se concretizar. Durante toda a greve solicitamos que a direção do Sindserv publicasse em seus meios de comunicação (site, facebook e aplicativo), os ofícios que garantiram a legalidade da greve, bem como continuamos, neste momento, reivindicado que os números e os andamentos dos processos jurídicos coletivos efetivados pelo sindicato sejam publicizados. Bem como estejam acessíveis no site do sindicato, para todos os servidores, a lei municipal que estabeleceu o acordo da data-base, o estatuto do sindicato, as atas de assembleias e de reuniões com os trabalhadores e outros documentos de interesse coletivo.
·        Quanto ao imposto de renda ocasionado pelo lançamento de uma só vez da devolução do salário descontado indevidamente, salário do mês e abono, porque a direção do Sindserv não antecipou ações para evitá-los, ou mesmo não esclareceu aos trabalhadores essa possibilidade de desconto já na assembleia? Que ações estão sendo feitas para garantir o estorno dos descontos, uma vez que abono não tem natureza salarial? Se é verdade, como justificou a direção, que o imposto de renda sobre o abono era inevitável, porque o acordo coletivo estabelece que sobre o abono de natal não incidirá imposto de renda? O mesmo não poderia valer para o abono de junho?
·        A direção do sindicato, que há anos dirige o Sindserv e tem uma assessoria jurídica formada por diversos advogados com experiência em direito público, não percebeu que a proposta governista excluía do acordo coletivo cerca de 200 servidores aposentados? Se não percebeu, perguntamos: não houve previamente uma análise técnica dessa proposta, com fins a avaliar as consequências das mesmas? Se percebeu, perguntamos: então porque não alertou aos trabalhadores, durante a assembleia, que a proposta governista continuava ferindo o princípio de que nenhum trabalhador deveria estar fora do acordo? Que ações estão sendo realizadas para garantir o direito dos aposentados excluídos? É preciso que seja feita urgentemente uma revisão do acordo (com emenda) de forma a garantir a inclusão de todos os aposentados!
·        É preciso que a direção do Sindserv convoque assembleia para decidir sobre os encaminhamentos das negociações. Assembleia é soberana!
Sobre a vida sindical, observamos que, a despeito do discurso de democracia proferido pela direção do Sindserv, infelizmente, ações autoritárias e antissindicais por parte da diretoria têm sido práticas constantes, concretizadas por ações tais como:
·        Uso dos meios de comunicação do Sindicato para tecer insinuações caluniosas contra trabalhadores e, consequentemente, incitar trabalhador contra trabalhador, com o agravante de impedir que os servidores possam responder também nos meios de comunicação do sindicato às insinuações caluniosas efetivadas pela direção do Sindserv;
·        Restrição ou bloqueio ao acesso de trabalhadores – sindicalizados ou não – às publicações da diretoria do Sindserv em redes sociais e às informações via correios eletrônicos, com o agravante de exclusão de questionamentos feitos à direção por servidores;
·        Uso de ironia e comentários sarcásticos nos meios de comunicação do Sindserv contra servidores públicos;
·        Não publicização do Estatuto do Sindicato e outros documentos de interesse da categoria;
·        Uso de violência física/ verbal e outros meios coercitivos para impedir que trabalhadores expressem livremente suas opiniões e apresentem propostas em assembleias;
·        Constituição de comitê sindical de base com servidores indicados pela direção, e não com representantes eleitos pelos seus pares, como cabe a todo e qualquer processo democrático;
·        Alteração do Estatuto do Sindserv, ocorrida há cerca de um ano, à revelia da categoria, sem discussão com os trabalhadores e sem dar publicidade dos fatos – ação de profunda gravidade, pois efetivamente é um golpe não apenas aos servidores públicos, mas à instituição sindical!

Diante disso, exigimos que a diretoria do Sindserv:

a) abstenha-se de realizar quaisquer ações que, por gestos, palavras ou quaisquer outros meios, objetivem intimidar ou limitar a participação dos trabalhadores, assim como objetivem coibir o direito à livre manifestação de opiniões, o pluralismo de ideias e de concepções e a apresentação de propostas em assembleias, reuniões ou outros fóruns de participação sindical; b) abstenha-se de fechar acordos com o governo sem que haja prévia consulta aos servidores públicos pelos meios previstos estatutariamente;
c) garanta a democratização e a transparência dos meios de comunicação do Sindserv, com observância do Inciso IV, Artigo 5º da Constituição Federal, respeitando-se e garantindo-se nos meios de comunicação do Sindserv SBC a pluralidade de ideias e de concepções, bem como o direito ao contraditório por parte de todos aqueles que, pela ação ou omissão da direção do Sindserv ou de qualquer um de seus membros, se sentirem prejudicados em seus direitos;
d) publicização do Estatuto do Sindserv e de quaisquer documentos de interesse dos trabalhadores públicos municipais por meio do site do Sindicato e boletins impressos;
e) respeito às decisões das assembleias, efetivando-as como é de sua obrigação;
f) respeito aos fóruns de participação e de organização sindical;
g) respeito ao processo democrático e à entidade sindical, com a efetiva defesa dos projetos construídos coletiva e democraticamente pelos trabalhadores;
h) valorização e respeito aos trabalhadores públicos, sindicalizados ou não;

            Certos de que estas e outras preocupações, questionamentos e exigências são compartilhadas pela grande maioria dos servidores públicos de São Bernardo do Campo, aguardamos respostas o mais imediatamente possível.

Atenciosamente,

Oposição Unificada 
dos Servidores Públicos de São Bernardo do Campo

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